OXALUFÃ (OXALÁ VELHO) ERA UM REI MUITO IDOSO QUE ANDAVA COM DIFICULDADE, APOIADO EM SEU CAJADO, O OPAXORÔ. UM DIA, SENTINDO SAUDADES DO FILHO XANGÔ, RESOLVEU VISITÁ-LO. COMO ERA COSTUME NA TERRA DOS ORIXÁS, CONSULTOU UM BABALAÔ PARA SABER COMO SERIA A VIAGEM. ESTE RECOMENDOU QUE NÃO VIAJASSE. MAS, COMO O ORIXÁ TEIMASSE EM VER O FILHO, FOI INSTRUÍDO A LEVAR TRÊS ROUPAS BRANCAS E LIMO DA COSTA ( PASTA EXTRAÍDA DO CAROÇO DE DENDÊ ) E FAZER TUDO O QUE LHE PEDISSEM.
COM ESSAS PRECAUÇÕES, O ORIXÁ PARTIU E, NO MEIO DO CAMINHO, ENCONTROU EXU ELEPÔ, DONO DO AZEITE-DE-DENDÊ, SENTADO A BEIRA DA ESTRADA, COM UM POTE AO LADO. COM BOAS MANEIRAS, ELE PEDIU A OXALUFÃ QUE O AJUDASSE A COLOCAR O POTE NOS OMBROS. O VELHO ORIXÁ, LEMBRANDO AS PALAVRAS DO BABALAÔ, RESOLVEU AUXILIÁ-LO; MAS EXU ELEPÔ, QUE ADORA BRINCAR. DERRAMOU TODO O DENDÊ SOBRE OXALUFÃ.
O ORIXÁ MANTEVE A CALMA, LIMPOU-SE NO RIO COM UM POUCO DO LIMO, VESTIU OUTRA ROUPA E SEGUIU VIAGEM. MAIS ADIANTE ENCONTROU EXU ONIDU, DONO DO CARVÃO, E EXU ALADI, DONO DO ÓLEO DO CAROÇO DE DENDÊ. POR DUAS VEZES MAIS FOI VITIMA DOS BRINCALHÕES E PROCEDEU COMO DA PRIMEIRA VEZ, LIMPANDO-SE E VESTINDO ROUPAS LIMPAS, CONTINUANDO SUA CAMINHADA RUMO AO REINO DE XANGÔ.
AO SE APROXIMAR DAS TERRAS DO FILHO, AVISTOU UM CAVALO QUE CONHECIA MUITO BEM, POIS PRESENTEARA XANGÔ COM O ANIMAL TEMPOS ATRAS. RESOLVEU AMARRÁ-LO PARA LEVÁ-LO DE VOLTA, MAS FOI MAL INTERPRETADO PELOS SOLDADOS, QUE JULGARAM-NO UM LADRÃO. SEM PERMITIR EXPLICAÇÕES, ELES ESPANCARAM O VELHO ATE QUEBRAR SEUS OSSOS E O ARRASTARAM PARA A PRISÃO. USANDO SEUS PODERES, OXALÁ FEZ COM QUE NÃO CHOVESSE MAIS DESSE DIA EM DIANTE; AS COLHEITAS FORAM PREJUDICADAS E AS MULHERES FICARAM ESTÉREIS.
PREOCUPADO COM ISSO, XANGÔ CONSULTOU SEU BABALAÔ E ESTE AFIRMOU QUE OS PROBLEMAS SE RELACIONAVAM A UMA INJUSTIÇA COMETIDA SETE ANOS ANTES, POIS UM DOS PRESOS FORA ACUSADO DE ROUBO INJUSTAMENTE. O ORIXÁ DIRIGIU-SE A PRISÃO E RECONHECEU O PAI. ENVERGONHADO, ORDENOU QUE TROUXESSEM ÁGUA PARA LIMPÁ-LO E, A PARTIR DESSE DIA, EXIGIU QUE TODOS NO REINO SE VESTISSEM DE BRANCO EM SINAL DE RESPEITO AO PAI, COMO FORMA DE REPARAR A OFENSA COMETIDA. É POR ISSO QUE EM TODOS OS TERREIROS DO BRASIL COMEMORA-SE AS ÁGUAS DE OXALÁ, CERIMONIA NA QUAL TODOS OS PARTICIPANTES VESTEM-SE DE BRANCO E LIMPAM SEUS APETRECHOS COM PROFUNDA HUMILDADE PARA ATRAIR A BOA SORTE PARA O ANO TODO.
OXALUFÃ TINHA UM FILHO CHAMADO OXAGUIÃ (FORMA JOVEM DE OXALÁ ), MUITO VALENTE E GUERREIRO, QUE ALMEJAVA TER UM REINO A TODO CUSTO. ERA UM PERÍODO DE GUERRAS ENTRE DOIS REINOS VIZINHOS E SEUS HABITANTES PERGUNTAVAM SEMPRE AOS BABALAÔS O QUE FAZER PARA QUE A PAZ VOLTASSE A REINAR. UM DOS SACERDOTES RESPONDEU QUE ELES DEVERIAM OFERECER AO ORIXÁ DA PAZ, QUE SE VESTIA DE BRANCO, COMO UMA POMBA, MUITO INHAME PILADO, COMIDA DE SUA PREFERENCIA.
OXAGUIÃ, CUJO NOME SIGNIFICA "COMEDOR DE INHAME PILADO", APRECIAVA TANTO ESSA COMIDA QUE ELE PRÓPRIO INVENTOU O PILÃO PARA FAZÊ-LA. DEPOIS QUE AS OFERENDAS FORAM ENTREGUES, TUDO VOLTOU AS BOAS. OXAGUIÃ TORNOU-SE CONHECIDO POR TODOS E CONSEGUIU SEU PRÓPRIO REINO. ATE HOJE SÃO OFERECIDAS GRANDES FESTAS A ESSE ORIXÁ PARA QUE HAJA FARTURA O ANO TODO

 

 

 

 

 

Iemanjá

Odô Iyá Yemanjá Ataramagbá,
ajejê Lodô, ajejê nilê!

Iemanjá era a filha de Olokun, a deuda do mar.
Em Ifé, ela tornou-se a esposa de Olofin-Odudua,
com o qual teve dez filhos.
Estas crianças receberam nomes simbólicos e todos tornaram-se orixás.
Um deles foi chamado Oxumaré, o Arco-Íris,
"aquele-que-se desloca-com-a-chuva-e-revela-seus-segredos."
De tanto amamentar seus filhos, os seios de Iemanjá tornaram-se imensos.

Cansada da sua estadia em Ifé,
Iemanjá fugiu na direção do "entardecer-da-terra",
como os iorubas designam o Oeste, chegando a Abeokutá.
Ao norte de Abeokutá, vivia Okere, rei de Xaki.
Iemanjá continuava muito bonita.
Okere desejou-a e propôs-lhe casamento.
Iemanjá aceitou mas, impondo uma condição, disse-lhe:
"Jamais você ridicularizará da imensidão dos meus seios."
Okere, gentil e polido, tratava Iemanjá com consideração e respeito.

Mas, um dia, ele bebeu vinho de palma em excesso.
Voltou para casa bêbado e titubeante.
Ele não sabia mais o que fazia.
Ele não sabia mais o que dizia.
tropeçando em Iemanjá, esta chamou-o de bêbado e imprestável.
Okere, vexado, gritou:
"Você, com seus seios compridos e balançantes!
Você, com seus seios grandes e trêmulos!"
Iemanjá, ofendida, fugiu em disparada.

Certa vez, antes do seu primeiro casamento,
Iemanjá recebera de sua mãe, Olokun,
uma garrafa contendo uma poção mágica pois, dissera-lhe esta:
"Nunca se sabe o que pode acontecer amanhã.
Em caso de necessidade, quebre a garrafa, jogando-a no chão."
Em sua fuga, Iemanjá tropeçou e caiu.
A garrafa quebrou-se e dela nasceu um rio.

As águas tumultuadas deste rio levaram Iemanjá em direção ao oceano,
residência de sua mãe Olokun.
Okere, contrariado, queria impedir a fuga de sua mulher.
Querendo barrar-lhe o caminho, ele transformou-se numa colina,
chamada ainda hoje, Okere, e colocou-se no seu caminho.
Iemanjá quis passar pela direita, Okere deslocou-se para a direita.
Iemanjá quis passar pela esquerda, Okere deslocou-se para a esquerda.
Iemanjá, vendo assim bloqueado seu caminho para a casa materna,
chamou Xangô, o mais poderoso dos seus filhos.

Kawo Kabiyesi Sango, Kawo Kabiyesi Obá Kossô!
"Saudemos o Rei Xangô, saudemos o Rei de Kossô!"

Xangô veio com dignidade e seguro do seu poder.
Ele pediu uma oferenda de um carneiro e quatro galos,
um prato de "amalá", preparado com farinha de inhame,
e um prato de "gbeguiri", feito com feijão e cebola.

E declarou que, no dia seguinte, Iemanjá encontraria por onde passar.
Nesse dia, Xangô desfez todos os nós que prendiam as amarras sa chuva.
Começaram a aparecer nuvens dos lados da manhã e da tarde do dia.
Começaram a aparecer nuvens da direita e da esquerda do dia.
Quando todas elas estavam reunidas, chegou Xangô com seu raio.
Ouviu-se então: Kakará rá rá rá...
Ele havia lançado seu raio sobre a colina Okere.
Ela abriu-se em duas e, suichchchch...
Iemanjá foi-se para o mar de sua mãe Olokun.
Aí ficou e recusa-se, desde então, a voltar em terra.
Seus filhos chamam-na e saúdam-na:

"Odô Iyá, a Mãe do rio, ela não volta mais.
Iemanjá, a rainha das águas, que usa roupas cobertas de pérolas."

Ela tem filhos no mundo inteiro.
Iemanjá está em todo lugar onde o mar vem bater-se com suas ondas espumantes.
Seus filhos fazem oferendas para acalmá-la e agradá-la.

Odô Iyá, yemanjá, Ataramagbá
Ajejê lodô! Ajejê nilê!
"Mãe das águas, Iemanjá, que estendeu-se ao longe na amplidão.
Paz nas águas! Paz na casa!"

 

 

Divindade da caça que vive nas florestas. Seus principais símbolos são o arco e flecha, chamado OFÁ, e um rabo de boi chamado ERUEXIM.

Em algumas lendas aparece como irmão de Ogum e de Exú.

É também conhecido como o rei de Ketu, o maior e mais popular segmento do candomblé.

Veste azul claro, quinta-feira é o dia dedicado a ele e sua saudação é OKÊ ARÔ!


LENDA DE OXÓSSE

Orixá da Caça e da Fartura !!!

Em tempos distantes, Odùdùwa, Rei de Ifé, diante do seu Palácio Real, chefiava o seu povo na festa da colheita dos inhames.

Naquele ano a colheita havia sido farta, e todos em homenagem, deram uma grande festa comemorando o acontecido, comendo inhame e bebendo vinho de palma em grande fartura.

De repente, um grande pássaro, (èlèye), pousou sobre o Palácio, lançando os seus gritos malignos, e lançando fardas de fogo, com intenção de destruir tudo que por ali existia, pelo fato de não terem oferecido uma parte da colheita as feiticeiras Ìyamì Òsóróngà. Todos se encheram de pavor, prevendo desgraças e catástrofes.

O Rei então mandou buscar Osotadotá, o caçador das 50 flechas, em Ilarê, que, arrogante e cheio de si, errou todas as suas investidas, desperdiçando suas 50 flechas. Chamou desta vez, das terras de Moré, Osotogi, com suas 40 flechas. Embriagado, o guerreiro também desperdiçou todas suas investidas contra o grande pássaro.

Ainda foi, convidado para grande façanha de matar o pássaro, das distantes terras de Idô, Osotogum, o guardião das 20 flechas. Fanfarrão, apesar da sua grande fama e destreza, atirou em vão 20 flechas, contra o pássaro encantado e nada aconteceu. Por fim, todos já sem esperança, resolveram convocar da cidade de Ireman, Òsotokànsosó, caçador de apenas uma flecha.

Sua mãe Iemanjá, sabia que as èlèye viviam em cólera, e nada poderia ser feito para apaziguar sua fúria a não ser uma oferenda, uma vez que três dos melhores caçadores falharam em suas tentativas. Iemanjá foi consultar Ifá para Òsotokànsosó.

Os Babalaôs disseram para Iemanjá preparar oferendas com ekùjébú (grão muito duro), também um frango òpìpì (frango com as plumas crespas) , èkó (massa de milho envolta em folhas de bananeira), seis kauris (búzios). Iemanjá fez então assim, pediram ainda que, oferecesse colocando sobre o peito de um pássaro sacrificado em intenção e que oferecesse em uma estrada, e durante a oferenda recitasse o seguinte: "Que o peito da ave receba esta oferenda".

Neste exato momento, o seu filho disparava sua única flecha em direção ao pássaro, esse abriu sua guarda recebendo a oferenda ofertada por Iemanjá, recebendo também a flecha certeira e mortal de Òsotokànsosó. Todos após tal ato, começaram a dançar e gritar de alegria: "Oxósse! Oxósse!" (caçador do povo).

A partir desse dia todos conheceram o maior guerreiro de todas as terras, foi referenciado com honras e carrega seu título até hoje. Oxósse.

 

 

Ogum dá ao homem o segredo do ferro.

 

Na Terra criada por Obatalá, em Ifé, os orixás e os seres humanos trabalhavam e viviam em igualdade. Todos caçavam e plantavam usando frágeis instrumentos feitos de madeira, pedra ou metal mole. Por isso o trabalho exigia grande esforço. Com o aumento da população de Ifé, a comida andava escassa. Era necessário plantar uma área maior.

Os orixás então se reuniram para decidir como fariam para remover as árvores do terreno e aumentar a área de lavoura. Ossain, o orixá da medicina, dispôs-se a ir primeiro e limpar o terreno. Mas seu facão era de metal mole e ele não foi bem sucedido. Do mesmo modo que Ossain, todos os outros Orixás tentaram, um por um, e fracassaram na tarefa de limpar o terreno para o plantio. Ogun, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então. Quando todos os outros Orixás tinham fracassado, Ogun pegou seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno. Os Orixás, admirados, perguntaram a Ogun de que material era feito tão resistente facão. Ogun respondeu que era o ferro, um segredo recebido de Orunmilá. Os Orixás invejaram Ogun pelos benefícios que o ferro trazia, não só à agricultura, como à caça e até mesmo à guerra.

Por muito tempo os Orixás importunaram Ogun para saber do segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo só para si. Os Orixás decidiram então oferecer-lhe o reinado em troca do que ele lhes ensinasse tudo sobre aquele metal tão resistente. Ogun aceitou a proposta. Os humanos também vieram a Ogun pedir-lhe o conhecimento do ferro. E Ogun lhes deu o conhecimento da forja, até o dia em que todo caçador e todo guerreiro tiveram sua ança de ferro. Mas, apesar de Ogun ter aceitado o comendo dos Orixás, antes de mais nada ele era um caçador. Certa ocasião, saiu para caçar e passou muitos dias fora numa difícil temporada. Quando voltou da mata, estava sujo e maltrapilho. Os Orixás não gostaram de ver seu líder naquele estado. Eles o desprezaram e decidiram destituí-lo do reinado. Ogun se decepcionou com os Orixás, pois, quando precisaram dele para o segredo da forja, eles o fizeram rei e agora dizem que não era digno de governá-los. Então Ogun banhou-se, vestiu-se com folhas de palmeira desfiadas, pegou suas armas e partiu. Num lugar distante chamado Irê, construiu uma casa embaixo da arvore de Acoco e lá permaneceu. Os humanos que receberam deOgun o segredo do ferro não o esqueceram. Todo mês de dezembro, celebravam a festa de Uidê Ogun. Caçadores, guerreiros, ferreiros e muitos outros fazem sacrifícios em memória de Ogun.  Ogun é o senhor do ferro para sempre.  [ Lenda 31 do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi ]

 

Ogum torna-se o rei de Irê.

 

Quando Odudua reinava em Ifé, mandou seu filho Ogun guerrear e conquistar os reinos vizinhos. Ogun destruiu muitas cidades e trouxe para Ifé muitos escravos e riquezas, aumentando de maneira fabulosa o império de seu pai. Um dia, Ogun lançou-se contra a cidade de Irê, cujo povo o odiava muito. Ogun destruiu tudo, cortou a cabeça do rei de Irê e a colocou num saco para dá-la a seu pai. Alguns conselheiros de Odudua souberam do presente que Ogun trazia para o rei seu pai. Os conselheiros disseram a Odudua que Ogun desejava a morte do próprio pai para usurpar-lhe a coroa. Todos sabem que um rei deve ver a cabeça decaptada de outro rei. Ogun não conhecia esse tabu. Odudua imediatamente enviou uma delegação para encontrar Ogun fora dos portões da cidade. Após muitas explicações, Ogun concordou em entregara cabeça do rei de Irê aos mensageiros de Odudua. O perigo havia acabado. Ogum fora encontrado antes de chegar ao palácio de seu pai. Como Odudua queria recompensar o seu filho mais querido, presenteou Ogun com o reino de Irê e todos os prisioneiros e riquezas conquistadas naquela guerra.

Assim Ogun tornou-se o Onirê, o rei de Irê. [ Lenda 32 do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi ]

 

Ogum livra um pobre de seus exploradores.

Um pobre homem peregrinava por toda parte, trabalhando ora numa, ora noutra plantação. Mas os donos da terra sempre o despediam e se apoderavam de tudo o que ele construía. Um dia esse homem foi a um babalawo, que o mandou fazer um ebó na mata. Ele juntou o material e foi fazer o despacho, mas acabou fazendo tal barulho que Ogun, o dono da mata, foi ver o que ocorria. O homem, então, deu-se conta da presença de Ogune caiu a seus pés, implorando seu perdão por invadir a mata. Ofereceu-lhe todas as coisas boas que ali estavam. Ogum aceitou e satisfez-se com o ebó. Depois conversou com o peregrino, que lhe contou por que estava naquele lugar proibido. Falou-lhe de todos os seus infortúnios. Ogun mandou que ele desfiasse folhas de dendezeiro, mariwo, e as colocasse nas portas das casas de seus amigos, marcando assim cada casa a ser respeitada, pois naquela noite Ogun destruiria a cidade de onde vinha o peregrino. Seria destruído até o chão. E assim se fez.

Ogun destruiu tudo, menos as casas protegidas pelo mariwo. [ Lenda 43 do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi ]

 

Ogum chama a Morte para ajuda-lo numa aposta com Xangô.

  Ogun e Xangô nunca se reconciliaram. Vez por outra  digladiavam-se nas mais absurdas querelas. Por pura satisfação do espírito belicoso dos dois. Eram, os dois, magníficos guerreiros. Certa vez Ogun propôs a Xangô uma trégua em suas lutas, pelo menos até que a próxima lua chegasse. 

Xangô fez alguns gracejos, Ogun revidou, mas decidiram-se por uma aposta, continuando assim sua disputa permanente. Ogun propôs que ambos fossem a praia e recolhessem o maior número de búzios que conseguissem. Quem juntasse mais, ganharia. e quem perdesse daria ao vencedor o fruto da coleta. Puseram-se de acordo.

Ogun deixou Xangô e seguiu para a casa de Oiá, solicitando-lhe que pedisse a Iku que fosse à praia no horário que tinha combinado com Xangô. Oiá aquiesceu, mas exigiu uma quantia em ouro como pagamento, que recebeu prontamente. Na manhã seguinte, Ogun e Xangô apresentaram-se na praia e imediatamente o enfrentamento começou. Cada um ia pegando os búzios que achava. Vez por outra se entreolhavam. Xangô cantarolava sotaques jocosos contra Ogun. Ogun, calado, continuava a coleta. Oque Xangô não percebeu foi a aproximação de Iku. Ao erguer os olhos, o guerreiro deparou com a morte, que riu de seu espanto. Xangô soltou o saco da coleta, fugindo amedrontado e escondendo-se de Iku.  À noite Ogun procurou Xangô, mostrando seu espólio. Xangô, envergonhado, abaixou a cabeça e entregou ao guerreiro o fruto de sua coleta


                        NãNã boruque                       

No inicio dos tempos os pântanos cobriam quase toda a terra. Faziam parte do reino de Nanã Buruquê e ela tomava conta de tudo como boa soberana que era. Quando todos os reinos foram divididos por Olorun e entregues aos orixás uns passaram a adentrar nos domínios dos outros e muitas discórdias passaram a ocorrer. E foi dessa época que surgiu esta lenda. Ogum precisava chegar ao outro lado de um grande pântano, lá havia uma séria confusão ocorrendo e sua presença era solicitada com urgência. Resolveu então atravessar o lodaçal para não perder tempo. Ao começar a travessia que seria longa e penosa ouviu atrás de si uma voz autoritária: - Volte já para o seu caminho rapaz! - Era Nanã com sua majestosa figura matriarcal que não admitia contrariedades - Para passar por aqui tem que pedir licença! - Como pedir licença? Sou um guerreiro, preciso chegar ao outro lado urgente. Há um povo inteiro que precisa de mim. -Não me interessa o que você é e sua urgência não me diz respeito. Ou pede licença ou não passa. Aprenda a ter consciência do que é respeito ao alheio. Ogum riu com escárnio: - O que uma velha pode fazer contra alguém jovem e forte como eu? Irei passar e nada me impedirá! Nanã imediatamente deu ordem para que a lama tragasse Ogum para impedir seu avanço. O barro agitou-se e de repente começou a se transformar em grande redemoinho de água e lama. Ogum teve muita dificuldade para se livrar da força imensa que o sugava. Todos seus músculos retesavam-se com a violência do embate. Foram longos minutos de uma luta sufocante. Conseguiu sair, no entanto, não conseguiu avançar e sim voltar para a margem. De lá gritou: -Velha feiticeira, você é forte não nego, porém também tenho poderes. Encherei esse barro que chamas de reino com metais pontiagudos e nem você conseguirá atravessa-lo sem que suas carnes sejam totalmente dilaceradas. E assim fez. O enorme pântano transformou-se em uma floresta de facas e espadas que não permitiriam a passagem de mais ninguém. Desse dia em diante Nanã aboliu de suas terras o uso de metais de qualquer espécie. Ficou furiosa por perder parte de seu domínio, mas intimamente orgulhava-se de seu trunfo: - Ogum não passou!

                  

                                                                             

LENDA DO ORIXÁ IANSÃ - OIÁ

LENDA DO ORIXÁ IANSÃ - OIÁ



Para melhor interpretar o jogo de búzios, ou até mesmo aconselhar um neófito na estrada, ou consulente em aflição, existe a necessidade de conhecer as lenda dos orixás. Cada orixá tem sua lenda, onde identifica-se a personalidade e o domínio místico.

Todo o sacerdote que conheça bem as lendas dos orixás, se torna, com certeza competente psicólogo, pela observação diária de tantas personalidades distintas uma das outras, de tantos casos íntimos, envolvendo numerosas situações.

Acredito que no ciclo evolutivo são os antepassados elo fundamental para a ligação com os orixás.

Na natureza nada está estagnado,e as energias espirituais muito menos,e, seguindo a regra, a evolução dos ancestrais se dá para aprimorar e elevar o quadro evolutivo da raça humana, tendo como alicerce nossos parentes distantes,parentes próximo, amigos, inimigos,vizinhos,etc,que participam da grande , organizada e equilibrada marcha .Sim, eles que já estão a mais tempo na ceara espiritual são os elos de ligação entre nós e as entidades mais evoluídas. Claro que cada antepassado serve de acordo com suas condições de conhecimento,conforme a lei do carma,conforme a necessidade dele e nossa.Mas sempre ,sempre vinculado ao seu orixá de origem,a sua etnia espiritual,assim dizendo.

A religião dos orixás é uma religião de festa e partilha de alimentos.Os antigos costumavam dizer que tudo no candomblé começa com comida.

Os alimentos são sagrados e contém axé ,e cada orixá tem sua iguaria especial,alimento este quem finalidades bem definidas para a energização.

O orixá , não come só .Para haver verdadeiramente a harmonia é necessário que a oferenda tenha um caráter comunitário.

Uma determinada parte da comidas é colocado aos pés do orixá ,a outra é partilhada entre todos.

Existem comidas especificas para cada situação , animais a serem dados também seguem a mesma regra ,levando em consideração o objetivo a ser alcançado.

A lenda dos orixás nos ajuda a entender as suas comidas ,suas relações entre as divindades,com os humanos e influências no ser humano como um todo,inclusive na personalidade.

Atrás de cada historinha,tem um fundamento.Descasque como se fosse uma cebola,lentamente e gradual.Não arderá seus olhos

 


Para melhor interpretar o jogo de búzios, ou até mesmo aconselhar um neófito na estrada, ou consulente em aflição, existe a necessidade de conhecer as lenda dos orixás. Cada orixá tem sua lenda, onde identifica-se a personalidade e o domínio místico.

Todo o sacerdote que conheça bem as lendas dos orixás, se torna, com certeza competente psicólogo, pela observação diária de tantas personalidades distintas uma das outras, de tantos casos íntimos, envolvendo numerosas situações.

Acredito que no ciclo evolutivo são os antepassados elo fundamental para a ligação com os orixás.

Na natureza nada está estagnado,e as energias espirituais muito menos,e, seguindo a regra, a evolução dos ancestrais se dá para aprimorar e elevar o quadro evolutivo da raça humana, tendo como alicerce nossos parentes distantes,parentes próximo, amigos, inimigos,vizinhos,etc,que participam da grande , organizada e equilibrada marcha .Sim, eles que já estão a mais tempo na ceara espiritual são os elos de ligação entre nós e as entidades mais evoluídas. Claro que cada antepassado serve de acordo com suas condições de conhecimento,conforme a lei do carma,conforme a necessidade dele e nossa.Mas sempre ,sempre vinculado ao seu orixá de origem,a sua etnia espiritual,assim dizendo.

A religião dos orixás é uma religião de festa e partilha de alimentos.Os antigos costumavam dizer que tudo no candomblé começa com comida.

Os alimentos são sagrados e contém axé ,e cada orixá tem sua iguaria especial,alimento este quem finalidades bem definidas para a energização.

O orixá , não come só .Para haver verdadeiramente a harmonia é necessário que a oferenda tenha um caráter comunitário.

Uma determinada parte da comidas é colocado aos pés do orixá ,a outra é partilhada entre todos.

Existem comidas especificas para cada situação , animais a serem dados também seguem a mesma regra ,levando em consideração o objetivo a ser alcançado.

A lenda dos orixás nos ajuda a entender as suas comidas ,suas relações entre as divindades,com os humanos e influências no ser humano como um todo,inclusive na personalidade.

Atrás de cada historinha,tem um fundamento.Descasque como se fosse uma cebola,lentamente e gradual.Não arderá seus olhos

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